Projeto promove ensino intercultural e decolonial da língua italiana para mulheres e ganha prêmio nacional

O projeto “Meninas e mulheres na Literatura” é um dos três vencedores do 12ª Prêmio Professor Rubens Murillo Marques, uma iniciativa da Fundação Carlos Chagas (FCC), que valoriza e divulga experiências formativas realizadas por docentes dos cursos de licenciatura, na formação de professores para a educação básica. Conheça os projetos ganhadores aqui.

A iniciativa é coordenada pelas professoras Paula Garcia de Freitas, do Departamento de Letras Estrangeiras Modernas (DELEM/UFPR) e Cristiane Landulfo, da Universidade Federal da Bahia (UFBA). No concurso, quatro alunas de Letras da UFPR participaram da competição: as bolsistas do Programa Licenciar Clara Casagrande, Giovanna Biancchi Araújo e Natália Winck,  e a estudante Allana de Oliveira, bolsista da Superintendência de Inclusão, Políticas Afirmativas e Diversidade (Sipad).

O curso é fruto da parceria entre o grupo de pesquisa Núcleo de Estudos em Língua Italiana no Contexto Brasileiro (NELIB), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Arte: Camila Araújo/UFBA

A ideia é apresentar ao público obras de autoras da diáspora, mulheres de ascendência africana, indiana e italiana que escrevem em italiano sobre os dilemas de viver em trânsito. Por meio de um curso com posts no Instagram, vídeos e aulas no Youtube, podcasts e vídeos, a equipe convidou professoras de educação básica a conhecer, refletir e discutir as temáticas como racismo, questões de gênero, colonialismo italiano, aspectos históricos e culturais dos países de origem das autoras e ainda ter contato com diferentes gêneros literários.

O objetivo foi possibilitar que as participantes – professoras em formação dos cursos de Letras/Italiano da UFPR e UFBA – desenvolvessem conhecimento linguístico, pedagógico e tecnológico por meio de uma educação linguística e literária potencialmente intercultural, decolonial e emancipadora.

Paula conta que utilizou no curso uma abordagem por tarefas, em que ensinou a teoria de forma implícita e explícita. “Isso foi muito satisfatório, pois a cada semana as alunas queriam mostrar o que tinham aprendido dentro da ferramenta de tradução”, explica a docente.

O grupo recebeu um prêmio de R$ 20 mil, diploma e troféu – réplica de uma escultura da artista plástica Vera Lucia Richter. Além disso, terão seus projetos publicados, em detalhes, em uma série de textos da FCC.

A escultura original que deu origem ao troféu está abrigada no jardim interno da Fundação Carlos Chagas. Foto: Divulgação/FCC

Segundo Clara Casagrande, o projeto foi capaz de criar uma ponte entre a comunidade externa e o universo acadêmico, preocupado com a formação de professores. Ela destaca, ainda, a importância de iniciativas como as do projeto.

“Usando as redes sociais e o estilo de comunicação dessas plataformas, foi possível obter um grande engajamento das professoras coordenadoras e das participantes. Acredito que projetos assim fortaleçam ainda mais a importância do fomento à pesquisa e educação no nosso país e espero que tenha aberto as portas para mais projetos com este formato”, finaliza a discente.

A seleção dos vencedores foi realizada por uma Comissão Julgadora, composta por especialistas na área do projeto inscrito e pelo Comitê Executivo do Prêmio. A avaliação considerou os procedimentos didáticos visando à aprendizagem do futuro professor da educação básica, bem como o potencial multiplicador da experiência.

 

A cerimônia de premiação será realizada remotamente no dia 25 de novembro com transmissão pelo canal do YouTube da Fundação Carlos Chagas.

Fonte: Sucom UFPR